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quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma visão geral dos ANTICONCEPCIONAIS ORAIS


     Pessoal, resolvi falar de um tema que já é super comentado. Mesmo assim, tenho notado que ainda restam muitas dúvidas a respeito dos anticoncepcionais orais (ACO), ou como chamamos geralmente: pílula!
     Essa classe de medicamentos foi originada na década de 1960 e permitiu que mulheres pudessem controlar seu desejo ou não de gestar, sendo uma das principais causas da "revolução sexual" em 1970 e do aumento do número de mulheres no mercado de trabalho.


     Lembrando que antes de fazer uso de qualquer medicação é imprescindível a visita ao ginecologista. Só ele poderá escolher o melhor fármaco para você, além de tirar todas as suas dúvidas. Além disso, os exames de rotina são essenciais para garantir sua saúde e bem-estar.

   

Qual sua composição? 

Associação de dois hormônios: estrógenos e progestágenos.

O estrógeno é o etinil-estradiol, um hormônio sintético. Ele é o responsável por alguns efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, cloasma (aquelas manchinhas escuras na face) e irritabilidade.

Já o progestágeno varia conforme a dosagem e o tipo. Seus efeitos colaterais são aumento do peso, redução da libido, fadiga, depressão, pele oleosa e acne.

O mais antigo, chamado de 1° geração é a noretisterona, a qual já não é mais usada. Ela possui efeito androgênico, ou seja, espinhas, seborréia, rouquidão, perdas menstruais irregulares, entre outros. Além disso, aumenta o risco de tromboembolismo pulmonar (falaremos mais tarde). 

O representante da 2° geração é o levonorgestrel, que também possui efeito androgênico. Os mais comuns são: Evanor, Neovlar, Microvlar e Ciclo21. Para as adolescentes, esses são os mais indicados, para evitar osteoporose no futuro. 
 

Na 3° geração temos o gestodeno e o desogestrel, os quais tem ação anti-androgênica, ou seja, evitam esses sintomas. os mais comuns são: Femiane, Allestra e Tâmisa 20.




Já a drospirenona, fármaco de 4° geração (mais nova), além de possuir efeito anti-androgênica, também possui efeito anti-mineralocorticóide, ou seja, evita o famoso "inchaço" pela retenção de líquidos. Yasmin e Yaz são os mais comuns.


Quando começar a tomar?

Se você nunca usou nenhum tipo de ACO deve começar a tomar no 1° dia da menstruação, ou seja, 1° dia do ciclo menstrual. Se você utiliza outro método, deve respeitar o intervalo definido pelo método antigo. 
NUNCA ESQUEÇA: É importantíssimo usar camisinha no 1° mês de uso ou de troca. 

Qual o mecanismo de ação?

O principal é a inibição da ovulação. Mas outros eventos também acontecem: Tornam o muco cervical (do colo do útero) desfavorável, assim como o endométrio, o qual fica desfavorável para a implantação e modificam o transporte do óvulo pelas trompas.

Como usar?

Tomar todos os comprimidos da cartela, 1 vez ao dia, no mesmo horário, por dias consecutivos. Existem ACO de 21, 22, 24 e 28 dias. O período de pausa corresponderá ao número de dias que faltam para fechar o ciclo (28 dias). Nesse período de pausa ocorrerá o sangramento. Após a pausa, recomeçar, mesmo que o sangramento não tenha parado. 

Preciso fazer pausas, ou "descansos" depois de tomar por muito tempo?

Não. Pode ser usada desde a adolescência até a menopausa.

Xiiii... Esqueci, e agora?

Regra geral:

Se você esqueceu uma: Tome a pílula esquecida imediatamente. Se o esquecimento for menor de 12h você está protegida. Caso contrário, use camisinha.
Se você esqueceu 2 ou mais: Tome uma imediatamente, mesmo que tenha que tomar 2 comprimidos. O perigo maior está na 1° e 2° semanas. Use camisinha, pois o risco de gestação é maior.

Geralmente cada ACO tem um esquema para "esquecimento". Se você não conseguir falar com seu ginecologista, leia a bula e siga as recomendações até conseguir contato.

Quem NÃO pode usar?
  • História pessoal da câncer de mama;
  • Enxaqueca com aura (aquela em que a dor é precedida por "luzinhas" e "estrelinhas", visão borrada, manchas cegas);
  • Pacientes que tomam anticonvulsivante, com exceção do ácido valpróico;
  • Pacientes com doença no fígado, nas veias ou artérias ou nos rins;
  • Pacientes que estão imobilizadas;
  • Pacientes com trombofilias ou TEP (tromboembolismo pulmonar);
  • Fumantes com mais de 35 anos (se você possui menos que 35 anos e é fumante de até 15 cigarros por dia, pode utilizar, mas o acompanhamento médico deverá ser mais frequente);
  • História de IAM (infarto agudo do miocárdio);
  • História de HAS (hipertensão);
  • Diabetes de difícil controle;
Existem vantagens além da anticoncepção?

Sim. Os ACO protegem contra câncer de endométrio e ovário, diminuindo seu aparecimento em 50% após um ano de uso. Regularizam o ciclo menstrual, diminuem o tempo e a quantidade de sangramento. Também melhoram as doenças benignas da mama, como doença fibrocística e melhoram a acne leve.

E as desvantagens?

Também existem. Além dos efeitos colaterais citados, há um aumento no risco de câncer de mama.


E LEMBRE-SE: 

Os ACO não protegem contra as doenças sexualmente transmissíveis, as famosas DST's, onde se inclue o HIV. Não se arrisque. USE SEMPRE CAMISINHA!


OBS: Se você ainda não tem um ginecologista que a acompanhe, procure o posto de saúde mais próximo. Tanto os ACO, quanto a camisinha, são distribuídos em todos os postos de saúde do SUS - Sistema Único de Saúde. É só levar a carteira de identidade! Proteja-se!